
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A aparição mais terna que inventei

Todos se divertem

Luzes no vagão solitário

Música ferida

Música ferida
De meu contorno
Dor do asco
Em teu corpo.
Música ferida
Dos pátios
Pedaços estáticos
Flácido bojo.
Fende, febre rude
A dardejar
Um compasso
Primeiro laço
A despedaçar.
Concha marfínea
Nota estelar
Cai de minha boca
Fendida
A sangrar.
Música ferida
De meu contorno
Doença emocional
Exílio de ouro.
Canto cinza.
Deslizam...

Induz a erro os olhos pelas vias de vários enigmas.
Ovídio.
Espelhos,vidros, náusea.
Flutuam sobre a tumba náufraga
Dedos de mulher não nascida
E os sonhos dos sonhos em fogo fátuo
Traçam rotas sem leme, ogivas mergulhando no mar
E o sal inoculando vespas e aranhas...
E dos versos ressonantes que fluem façanhas,
Delírios, mãos decepadas pela lua cantante
bocas roxas de beijos engolem o instante:
E os sinos dos rios no ambiente sonâmbulo
Espalham signos de poros no sonho ermo
Eu acordado pelas luzes virtuais do meu sono.
E não sabendo que as vagas negras são de pesadelo
Os meus passos perambulam como frios pomos
Entre jardins vicerais, azuladas conspirações
Deslizam sobre flores de lótus e cinamomos...
O ventríloquo.
Bem vindos ao céu.

Não existe motivação para a poesia.

O lago Verde de Rimbaud
Um Ser.
A terceira filha do senhor Almir.
Poema para uma noite de março
O amor que ficou em mim
Penumbra, fibra de ósculo
Nervura plúmea e vaga dos teus olhos
A matizar a dor da chuva sobre
A frei Serafim.
E a trafegar sobre a ponte
Faltam luzes em algumas casas
Lâmpadas distorcidas, cor de pérolas
Linhas irrefletidas como quimeras...
O amor que ficou em mim
Como baldes de diamantes, livros de ouro
De algum poeta-Deus
Resgatou
Em uma noite qualquer
A lembrança esguia do teu nome
E nada mais...
Dança do Labirinto de chumbo
Dança do Labirinto de chumbo
Thymochenko C.