segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A tua vaidade.



Corpo é carne
lascívia, vaidade, vestimenta
O espelho rachando essa representação
deformada. Escorre caráter por todo o chão.

Vejo lágrimas pelos teus poros
e meu abraço pesado te afunda na imagem esquecida
de tua infância
Éramos tudo isso
os outros, as referências, o que diziam, e o que calavam.

Mas as tuas mãos e teus olhos
Nada mentiam
Por que me afogavam
Nesta solidão encapsulada em ti.




Deuses e foices.



Meus olhos escorrem a serragem
dos anseios de deuses ciumentos
como orações de criança
iluminado em um estado de desespero e alegria
eu coloco todas as minhas conchas
no teu terço de mistérios e sangrias.

Flores para os profetas
pólvora para os mártires inaudíveis!
falar é pesado, ter convicções é perigoso!
tão distante e posto nas nossas mesas
só vejo esse ressentimento de brisa salgada
sem árvores, só prédios, entre o café e
páginas de colunas frescas 
visto as existências podres do jornal.
não tenho comoções ou convicções
   [pois as idéias e reflexões ao meu redor, assemelham-se a moscas]

por quê tudo é demais e sem consolos
ou tudo é impossível como represar a decomposição e a fúria.


[Ao som de Tycho - Awake]