quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Monolítico.


no jardim
vi um pássaro verde e grande.
meu entusiasmo em vê-lo
consumiu-me de súbito e quis
por todo aquele instante
que ele não partice.
tive de dormir forçado
enquanto meu corpo
rugia por descanso
por toda a agonia
de ranger como memória
por ceder como febre
queria recompor
e recriar tudo
como um Deus que fez a si próprio:
E anulado a
medida exata dos meus
cansaços, fastios
e preguiças
queria comer o bolo
e olhar esse pássaro
a tarde toda.


Ideário

Sinto saudade de dias que não tive e de pessoas
Mas o meu cansaço de tê-las por perto me enfada,
Um cansaço de empatia, - O "não ter um assunto incompreendido e amarelo".
Sinto completamente que a ausência de tê-las, me completa,
Pois a conjectura,  a nuance que pintei eu meu ideário ou conjunto de símbolos,
Atingi com abstrações: recordações tão sucintas!
Que prefiro tê-las ao me deparar com o ostracismo do real!
Prefiro tê-las como um móbile, um relicário, uma carta de amor esquecida
Ou um retrato não compartilhado.