segunda-feira, 26 de maio de 2014

Uma Resposta



(quatro de  IKENAGA YASUNARI )

Caminho
E esta respiração, e estes cabelos brancos
e este punho, este trabalho de colocar os sapatos
e fitar o sol, e este sorriso
este grande e sincero sorriso perante as coisas
Este incômodo de ser e agir conforme meus pensamentos e sentimentos...
Estou por todos os lados a tatear cada respiração deste meu caminho.

Nada quero de intensamente supremo ou ausente
Embora o morno não me apeteça
Embora o teu olhar ainda me estremeça
E eu esteja quase sempre sobre o logro do que poderia ter sido.

Vida que serpenteia em dobres de pesos colossais
Mesma monotonia, mesma ponte, mesma saudade
mesma afinidade com o olhar perante as coisas.

Tantos anos se passaram, poeira de década.
Por que ainda te quero tanto?
Por que a sensação de estar imerso em ti
torna-me tão sereno e contemplativo
e tão esperto e tão belo e tão mais forte?
Por que despertas em mim coisas tão distantes como a poesia,
a paixão, o pensamento, a música, e o desejo mais profundo
de viajar de olhos fechados em um longo beijo?
Bem sei eu
Que não é magia, ou destino, ou os arroubos randômicos de Deus
brincando ao acaso.

Ter a tua presença atemporal, como asa, como viga ou lâmpada.
é ter um vaga-lume no peito que pulsa sutilmente
Sinto que pertenço a ti
Embora controverso e intenso
eu tento, com minha alegre e vaga sabedoria
viver
com a certeza que imola o tempo
Pois ponho a prova sobre a clave máxima dos minutos
Todos os meus teoremas e alquimias que nada dizem
Todos meus testes de me perguntar falharam.
Eis firme, permaneces, Eu quero de novo beijar o teu sorriso...
Nada mais importa, este é o sentido
Não pensar. Sentir.










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