quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Barco


Navego em um barco abarrotado de caixas e ecos
beijo serenamente a lona e me afogo
acordando de um pesadelo que tiveram por mim

sem fantasias, sem glória, sem atingir uma centelha,
minha casa é esta solitude
comendo os espelhos que me olhei em momentos de fúria.
Mas hoje, as cinzas amarrotadas daquele sonho
só me parecem perdidas e despropositais.

Embora, chegue esta hora, toda a música,
toda a cor deste pêndulo que é viver
impulsionam-me na direção deste desejo inominado
se é mera vontade, se é impulso irrefletido não sei
continuarei
A velejar neste barco abarrotado de queixumes e enfados.

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